I’ll Be Back
It was 2am on a Monday when my cellphone woke me up. Kate was calling me for the tenth time that night.
“What is it now?”
“Peter! You… You need to come here. Right now.”
“Are you crazy? Kate, I’ve already had to hear you screaming at me for two hours. I’m tired and I need to sleep.”
“Please! I need you” – She sounded nervous, as if she could start crying at any moment. Great. She was on her PMS again. “Sorry, but I can’t. Just save your drama show for some other time, will ya?”
“He’s coming! I can’t stop it. Please, Peter.”
“What’s the problem?” I laughed. “You’re afraid of the dark again, aren’t you? Babe, I’ve already told you, there’s no such thing as monsters living under your bed.”
“I’m serious! He’s here”. She whispers: “Please, Peter…”.
The line went dead. I was annoyed, but I decided to go to her house anyway. She lived across the street, so I got there in less than five minutes. I knocked ON the door, but there was no answer. Good thing Kate had given me an extra key some years ago.
When I got to the living room, I just couldn’t believe my eyes. Tables, chairs, even the couch were turned upside down. Broken glass on the floor. Midnight, Kate’s cat, laid dead in the middle of the room, his eyes wide open, showing that his life was brutally taken away. In the corner of the room, there was a crying Kate.
“Good Lord, Kate. What happened?” “He came. And I… I couldn’t stop him.”
There was not a trace of burglary, which made me think Kate was lying. She hadn’t tried hard enough to stop him. Whoever he was. “Come on, let’s go to my place.”
She gets up, her body stopped shaking as we walked. Once we got there, I made sure she was comfortably seated on the couch with a glass of water in her hand. “Tell me what happened at your house.” She looks at me for the first time that night and all I could see in her eyes was raw horror. “I wanted to stop it, but I couldn’t! He wanted to hit me, but the cat stepped in front of me and…” she started sobbing again. “Don’t worry, it’s going to be alright. Just tell me who he is and I’ll call the police.” “The police can’t stop him. No one can. He… he’ll be back.” “Kate, look at me and answer the darn question! Who is he?” “He’s…” Suddenly, Kate stopped talking and stared wide-eyed at some fixed point right behind me. As if there was someone else in the room.
Scared, I turned abruptly so I could see what she saw, but there was nothing there. Annoyed by her stupid joke, I turned to face Kate again and what I saw this time made me stop breathing for a second.
Kate was dead. Eyes wide, mouth open in a last cry for help. The cup of water she was holding dropped to the floor and in her hand, a small note with a strange calligraphy. On it, the words “I’ll be back”.
Eu vou voltar
Eram duas da manhã de uma segunda-feira quando o toque do meu celular me acordou. De novo. Era a décima vez que Kate me ligava naquela noite.
— Que foi?
— Peter! Vo… Você precisa vir aqui. Rápido. — Tá doida? Kate, eu já tive que ouvir você gritando que nem louca comigo por duas horas seguidas. Estou cansado e preciso dormir. — Por favor! Preciso de você – Ela parecia nervosa, prestes a chorar. Ótimo. Ela estava de tpm de novo. — Desculpa, mas não dá. Guarde seu drama para outra hora, tá? — Ela está vindo! Não posso impedir. Por favor, Peter. — O que aconteceu? — Eu rio — Está com medo de escuro outra vez, não é? Amor, eu já disse, não existe nenhum monstro morando debaixo da sua cama. — Estou falando sério! Ele está aqui – Sussurrou – Por favor…
A ligação caiu. Estava irritado, mas resolvi ir do mesmo jeito. Como ela vivia do outro lado da rua, em menos de cinco minutos eu estava lá. Bati na porta, mas não tive resposta. Ainda bem que Kate me deu uma cópia da chave dela.
Entrei na sala dela e levei um susto. Mesa, cadeiras e até mesmo o sofá estavam revirados. Vidro quebrado no chão. Meia-Noite, o gato de estimação de Kate, morto, no meio da sala, seus olhos esbugalhados, mostrando que a vida lhe foi tirada de forma cruel. No canto da sala, estava Kate chorando. — Meu Deus, Kate. O que aconteceu? — Ele veio. Eu… Não consegui pará-lo.
Não tinha nenhum sinal de arrombamento na casa, o que me fez pensar que ela estava mentindo. Ela não se esforçou o suficiente para tentar impedir “ele”. Seja lá quem fosse. — Vem, vamos pra minha casa.
Ela levantou, parando de tremer à medida que nos aproximávamos de casa. Chegando lá, tento fazer Kate se sentir confortável em meu sofá e entrego um copo de água na sua mão. — Me conta o que aconteceu. Ela olha para mim pela primeira vez naquela noite. O terror que ela sentia estava perfeitamente visível em seus olhos. — Eu queria fazer parar, mas é impossível! Ele tentou me atingir, mas o gato entrou no meio e…— ela interrompida por soluços de novo. — Não se preocupe, vai ficar tudo bem. Só me diz quem ele é e eu chamo a polícia. — A polícia não vai conseguir pará-lo. Ninguém consegue. Ele… Ele vai voltar. — Kate, olha pra mim e responde a droga da pergunta! Quem é ele? — Ele… — De repente, Kate parou de falar, arregalando os olhos e olhando fixamente para algum ponto atrás de mim. Como se tivesse mais alguém ali.
Assustado, viro abruptamente para tentar ver o mesmo que ela enxergava. Não tinha nada. Irritado com todo aquele show, me virei de novo, mas o que vi dessa vez fez minha respiração parar por um segundo.
Kate estava morta. Olhos arregalados, boca aberta num último pedido de socorro. O copo que ela segurava caiu no chão e, em sua mão, tinha um bilhete escrito com uma caligrafia estranha. Nele, as palavras: “Eu vou voltar”.
Paula Lemes Caroprese
RA 201313830
